Netflix e Diversidade Cultural


Nesse carnaval, assisti dois ótimos filmes na Netflix. "Roma", que foi premiado no Oscar, e "O Menino que Descobriu o Vento". Dois ótimos filmes produzidos e veiculados pela empresa. Mas por que relato essa experiência em um blog sobre empatia? Porque, acredito, estamos diante de uma nova era no cinema, uma era de acesso a experiências mais diversas, que fogem do modelo tradicional de Hollywood.

A forma como pensamos está diretamente ligada às nossas vivências, mas também aos livros que lemos, às músicas que escutamos e aos filmes que assistimos. A arte influencia diretamente nossa maneira de enxergar o mundo. Toda arte apresenta uma determinada visão, ou mais de uma, e essa visão pode reforçar os padrões que tínhamos estabelecido, nossos preconceitos, ou pode ampliar os limites da nossa percepção do mundo e dos outros. A perspectiva reinante durante o século XX foi a de Hollywood. E, como qualquer perspectiva, essa também é limitada e limitante.

Não se trata de criticá-la. A questão é que não há crescimento quando não há diversidade de visões e opiniões. E a Netflix, surpreendentemente, está fornecendo essa diversidade. Com uma necessidade de produzir conteúdo que atinja telespectadores globais, a empresa acaba saindo das narrativas únicas, baseadas na realidade do mercado americano. E, vendo o sucesso dessas novas narrativas, fortalece a abertura para novos olhares, novos países, novas tradições.

Foi assim com "La Casa de Papel", produção independente espanhola que conquistou o mundo. Falada em espanhol. E foi assim com os dois filmes mencionados acima. Possivelmente, outros que ainda não assisti. Se ainda são poucos, não tenho dúvidas de que esse movimento irá crescer, pois existe uma busca por conhecer mais do mundo e, com isso, compreender nossas diferentes realidades e formas de viver. Assistindo os filmes, tive contato com episódios da história mexicana que sequer imaginava terem ocorrido logo após a Copa de 70. Da mesma forma, descobri um pouco sobre a maneira de viver na África, no Malawi.

Já havia identificado essa tendência na série "Sense 8", que foi rodada em oito lugares ao redor do mundo. Infelizmente descontinuada por questões financeiras, foi um passo decisivo para colocar diferentes realidades em nosso alcance. O mais incrível é que a série falava, em grande parte, da capacidade super empática de um grupo de pessoas espalhadas pelo globo. Ao oferecer essa diversidade de mundos, a Netflix ajuda a alimentar uma empatia global, o que, no longo prazo, pode resultar em um mundo menos intransigente, menos violento e de mais paz. Parabéns à empresa! Espero que continue trilhando esse caminho!

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