A Empatia Distorcida

No último ano, como parte da minha monografia do segundo mestrado, esse no uso de tecnologias na Educação, venho estudando profundamente o significado e as diferentes formas de empatia, bem como os processos que levam ao desenvolvimento dessa competência. O que mais me chama a atenção é a confusão existente sobre o conceito de empatia. Muitos são os textos que misturam empatia com compaixão, gratidão, liderança, comunicação e até amor. Apesar da empatia servir como base para vários desses sentimentos, ela não pode ser confundida com esses.

O termo empatia deriva do termo em alemão Einfulung, que pode ser traduzido como "sentir-se dentro de". Normalmente, são consideradas duas vertentes no estudo da empatia, a cognitiva e a afetiva. A empatia cognitiva pode ser entendida como colocar-se mentalmente no lugar do outro, enquanto a empatia afetiva significa sentir a emoção do outro de forma vicária. Hoje, existe uma tendência a consolidar essas duas visões, mas independente de qual delas sirva como base teórica, parece claro que essa competência, como parte dos estudos sobre alteridade, tem conexão com um profundo entendimento do estado mental e emocional do outro.

Esse entendimento pode ser utilizado com diversas finalidades, sejam elas pessoais, profissionais ou sociais. O desenvolvimento da empatia permite uma melhor comunicação, um posicionamento mais humano frente aos problemas mundiais ou mesmo o desenvolvimento de soluções que melhor atendam aos desejos e necessidades de um grupo de consumidores. Mas também permite uma atitude manipuladora frente a outras pessoas. A sequência que se dá depende da finalidade e do caráter de quem empatiza. Assim, a empatia deve ser encarada como uma ferramenta, uma competência, e não como uma virtude em si. Uma competência importante para crescermos como seres humanos, mas que não possui um caráter ético intrínseco.

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